Um novo momento na São Luis?

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por Octavio Pontedura
A Av. São Luis é o cenário para um desfile de prédios assinados por grandes nomes da arquitetura paulistana e brasileira. 

Inegável que a Av. São Luis seja uma das ruas mais charmosas da cidade. 

Suas calçadas largas e árvores imensas que trazem sombra e verde à toda sua extensão são o cenário para um desfile de prédios assinados por grandes nomes da arquitetura paulistana e brasileira. 

Nela, estão lado a lado obras como o impressionante conjunto dos edifícios São Tomaz, Santa Rita e Santa Virgilia, de Arnaldo Maia Fina (1944), o gigante Ed. Itália, Franz Heep (1960), o racionalismo de Oswaldo Bratke e seu Ed. Comandante Lineu Gomes (1961), o colorido de Artacho Jurado no Condomínio Louvre (1952), o novaiorquino Ed. Moreira Salles de Gregory Warchavchik (1951), até a beleza ímpar da Biblioteca Mário de Andrade, de Jacques Pilon (1936) e a gregária Galeria Metrópole da dupla Gian Carlo Gasperini e Salvador Cândia (1956).

Não exatamente na São Luis, mas em sua continuação na Praça da República, atrás do histórico Colégio Caetano de Campos, está o primeiro residencial deste entorno, o Ed. São Luis, outra obra prima de Jacques Pilon, realizado em 1940, ladeado pelo Intercap de Lucjan Korngold (1951), o delicado São Nicolau de Fortunato Ciampolini (1948) e fechando com Oscar Niemeyer e seu Ed. Eiffel (1953).

Uma sequência inigualável de belezas, concentrada em pouco mais de 500m entre a São Luis e a República. 

Mas não só de arquitetura é feita esta icônica avenida. Nela há muitas camadas de história. 

Originalmente não havia rua, nem travessa, nem avenida, mas sim a chácara do Brigadeiro Luis Antônio, cuja casa sede, um sobrado de taipa voltado para a atual rua Xavier de Toledo, ficava localizada no entrono de onde atualmente se encontra a biblioteca.  

A propriedade foi aos poucos sendo desmembrada originando lotes menores, inicialmente entre os herdeiros do militar e posteriormente vendidos à terceiros, gerando a necessidade de cortar ali uma rua.

O primeiro registro de uma via cortando a antiga chácara aparece no mapa de Rufino José Felizardo e Costa em 1810 com a denominação Beco Comprido. 

Posteriormente, em 1881, surge no mapa da Companhia Cantareira e Esgotos já com o nome rua de São Luis. 

Surgem então casarões e palacetes ao longo da rua. Residências da elite, incluindo o palácio episcopal que reforma e ocupa a sede da Chácara Velha. 

Antigas famílias paulistanas que ali residem estabelecem a nobreza do endereço, que posteriormente seria transferida para os edifícios e permanece até hoje na identidade da avenida. 

Lá pelos anos 1930…

A verticalização que a transformaria no que vemos hoje se inicia por volta de 1938 com a demolição da sede da Chácara Velha dando lugar para a Biblioteca Pública, inaugurada em 1942.

O último a subir foi o Hotel Eldorado Boulevard, inaugurado em 1973.

Como ocorreu com praticamente toda a região central, a partir do final dos anos 70 e com mais intensidade nos anos 90, um período de indiferença marcou a história da avenida. 

Entretanto, especialmente a partir do final da primeira década deste século, um movimento sutil de novos comércios e serviços, atividades e eventos veio trazer novos ares. 

Aos poucos, também os edifícios residenciais entraram na mira de pessoas que voltaram a olhar para a região central como uma opção para morar.

Muitos destes imóveis encontraram na vitrine da Refúgios Urbanos o lugar ideal para sua divulgação, pois estamos muito ligados tanto à história quanto à arquitetura da cidade (já contei que somos um grupo de apaixonados?). 

De forma bem paulatina, mas constante, este movimento foi tomando corpo. 

Novos produtos, novos clientes e cada vez mais fechamento de negócios. 

Até que ao final de 2019….

Alguma coisa mudou. E foi rapidamente. 

Se antes tínhamos por ali clientes fundamentalmente jovens, sem filhos e ligados à criatividade de alguma forma, a eles se juntaram outros. 

O Ed. Ambassador encontrou um designer que buscava incialmente viver em Pinheiros ou Higienopolis e que viu em seus espaços regulares e bem equilibrados a casa perfeita para ele e sua esposa e para receber os filhos. 

O Moreira Salles se mostrou perfeito para um empresário jovem, morador dos Jardins, ao mesmo tempo que para um casal de jornalista e arquiteta de meia-idade, vindos da zona sul da cidade. 

O Louvre vai ser o novo lar de um casal de jovens e bem sucedidos advogados, que já planejam filhos, vindos de Higienopolis. 

Perfis bem distintos entre si, não só em configuração familiar, mas também em idade e profissão que encontraram seus Refúgios Urbanos entre Dezembro de 2019 e Março deste ano. 

E o que os une?? 

Arquitetura! 

Todos viram nestes apartamentos a união de espaços generosos com luminosidade, ventilação e principalmente flexibilidade para atender a programas e intenções diversas – marca registrada da boa arquitetura – além da beleza, personalidade e unicidade dos edifícios. 

Sim, somos só uma das várias imobiliárias da cidade, e nosso histórico recente de negociações na São Luís não tem volume para estatisticamente estabelecer qualquer tendência. 

Porém, nascemos no Centro, amamos o Centro e, modéstia à parte, conhecemos muito bem a região a ponto de apostar sim em um momento de renovação da São Luís. 

Seus prédios incríveis, a completa infraestrutura urbana de transportes e serviços seguem sendo pontos fortes do entorno. 

Some-se a isso locais já tradicionais como o Café Floresta e o Bar da Dona Onça, no Copan, o Paribar na Praça Don José Gaspar, a novos que surgiram nos últimos anos: Wanderlust, Ramona, Casa do Porco, Jazz B, Tokyo, Sertó Bar, Modernista Coffee Stories, Esther Rooftop, Bacio di Latte, Starbucks…a super programação da Biblioteca Mario de Andrade e do Municipal, os teatros da Roosevelt…

O resultado é uma região dinâmica, repleta de cultura, atividades, gastronomia e lazer.

Costumo dizer que a São Luis é um microcosmo de São Paulo, uma grande e única quadra que experimentou e guarda cada momento da história da cidade. 

De chácara periférica à beira de um caminho de tropas, passa a endereço da elite tradicional e cafeeira, se verticaliza fortemente entre as décadas de 1930 e 1970 e sente os impactos e alterações na dinâmica da cidade com a mudança do eixo econômico para a região da Paulista a partir dos anos 80. 

E assim como a cidade, a São Luis enfrenta o tempo por vezes com dificuldades, mas logo se reinventando. 

Uma coisa é certa. Em seus pouco mais de 100 anos de existência segue emblemática e linda. Um verdadeiro símbolo de São Paulo. 

Quer saber mais sobre os apartamentos que temos atualmente por ali ou “encomendar” um prédio específico? 

Dê um pulo na aba Imóveis e divirta-se! 

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sobre o autor

Octavio PonteduraSócio-Proprietário

Nascido em Londrina, vive em São Paulo há mais de duas décadas. Formado em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), seguiu carreira corporativa por boa parte da vida, trabal...

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