A intimidade com a nossa casa.

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por Ana Paula Zonta

Como está sendo a relação com a sua casa nesses dias de isolamento?

Como tem se sentido? Está confortável? Os ambientes estão te agradando? O convívio com a família ou com as pessoas que moram com você está harmonioso? Está redescobrindo os espaços e seus objetos? Ou está se sentindo aprisionado, entediado e não vê a hora de poder sair e aproveitar mais o mundo lá fora?

São questões bem importantes, afinal, nossa casa é (ou deveria ser) a extensão do nosso corpo e o nosso refúgio.

Não tem sido um tempo fácil, sabemos. Especialmente, devido aos medos e às incertezas que a pandemia nos causa. Mas, se podemos ficar seguros e confortáveis em nossos lares, isso já ajuda muito e nos dá ânimo para acordar todos os dias com um sorriso no rosto.

Há poucos meses, várias pessoas ainda se apegavam ao fato de não passarem muito tempo em casa, porque trabalhavam ou viajavam muito, e, por isso, não investiam tanto no aconchego e identidade do lar. Mas, com a quarentena, muitas rotinas foram alteradas e muitos espaços tiveram que ser readaptados. A conciliação entre moradia e trabalho nunca foi tão real, e o home office está conquistando o seu lugar na casa.

E é nessa intimidade com a nossa casa, e com quem nela também habita, que compreendemos o que precisa ser mudado, melhorado ou valorizado.

Dias desses, eu e o Almiro fizemos uma reunião online com um casal de clientes que vão reformar uma casa de vila no Campo Belo. Conversávamos sobre o primeiro layout proposto, de acordo com as necessidades e desejos apresentados no começo do ano. E quando falávamos sobre o escritório, o casal fez uma colocação importantíssima: “Está lindo, mas vamos precisar ter dois espaços para trabalho.” Ambos estão trabalhando em casa agora, e perceberam que dividir a mesma mesa não é tão produtivo, pois, eventualmente, um acaba atrapalhando um call do outro. Resultado: o projeto foi repensado, criando um escritório/sala de game para ele e um quarto de visitas/escritório para ela.

Esse é só um exemplo de como vamos redescobrindo nossos espaços, revendo nossas necessidades e nos adaptando.

E que bom que conseguimos nos adaptar!

Os exercícios físicos são outro exemplo. A prática também exige um cantinho, muitas vezes generoso, para não sair do ritmo e manter corpo e mente saudáveis.

Na cozinha, quem já gostava de cozinhar, agora está intensificando ainda mais as descobertas de novas receitas. E quem não se aventurava muito, provavelmente está descobrindo o prazer de cozinhar, mesmo que só para si mesmo. Assim, vamos confirmando o quanto é legal termos bons armários e prateleiras, tendo sempre a mão o que é mais usado e deixando escondido aquilo que não precisa ser mostrado. E a altura das bancadas? Precisa ser ideal (o padrão é 90cm) para evitar aquele desconforto nas costas ;)

Os amantes de plantas devem ter notado ainda mais o quão especiais elas são! Além de decorar os ambientes, trazem mais vida, cor e um pouco do externo para dentro. Sem contar na terapia que é cuidar de vasos, mexer com terra, encontrar um brotinho novo…

Se você ainda não tem um cantinho dedicado às plantas na sua casa, pense nisso. Não precisa de muito e pode ser mais fácil do que imagina.

E falando em coisas naturais, uma casa bem iluminada e ventilada é essencial. Delícia poder tomar um solzinho da manhã ou começo da tarde dentro de casa. Aí as janelas generosas, sacadas, varandas ou os quintais fazem toda a diferença. E preste atenção nas suas janelas… quem sabe tem uma vista nova pra você descobrir!

Enfim… são muitos pontos para analisar. Mas não deixe de fazê-los! Procure fazer do seu lar o melhor lugar do mundo e o mais agradável para você e os seus.

Se desejar, conta pra gente um pouquinho de como tem sido a relação com a sua casa.

E deixo aqui a dica do perfil no Instagram @habitaraquarentena, criado pela arquiteta gaúcha Camila Thiesen como início de uma pesquisa sobre como a quarentena vai influenciar na arquitetura daqui pra frente.

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