Há muita vida em Sumaré
VoltarDepois de quase 11 anos morando nessa Pauliceia Desvairada, criei “apegos” arquitetônicos com algumas paisagens paulistanas, seja por sua estética ou por seu modo de ser apropriado pela população. A estação de metrô Santuário Nossa Senhora de Fátima, mais conhecida como Sumaré – é sem dúvida, um dos top ten dessa lista.
Projetada pelo arquiteto Wilson Bracetti e inaugurada em 1998, a Sumaré é uma dessas estações que não se pode deixar de notar. Fruto da problemática topográfica do terreno – um vale sem boas opções na parte subterrânea – foi construída elevada, sob um viaduto e sobre uma grande avenida. Simples e genial, a solução resultou numa localização privilegiada, que trouxe luz e ventilação naturais à
gare e ainda uma bela vista ao passageiro que chega pela linha Paulista do metrô, como um alívio para as pessoas que viajam nos trens por caminhos subterrâneos.
Tenho a sorte de morar pertinho desta “obra-prima” de concreto, cheios e vazios, e de poder apreciá-la quase diariamente. E o mais impressionante: nunca deixo de me emocionar com o por do sol ou o raiar do dia – enquanto espero o trem – visto através dos panos de vidro que abrigam os famosos rostos anõnimos serigrafados de Alex Flemming desde 1998, obra intitulada “Estação Sumaré”.
Mas o mais bacana de tudo isso é que tenho observado nos últimos anos uma renovação dessa região que é um misto de Pinheiros e Vila Madalena…melhor dos mundo, e numa região pra lá de gostosa… Tranquila, bastante residencial e muito arborizada, este pequeno trecho da zona oeste configura-se cada vez mais como uma opção muito bacana pra quem gosta de sossego mas não abre mão de estar perto do agito dos dois bairros a curtas caminhadas.
Além de uma área verde pra lá de privilegiada – estamos pertinho da Praça Horácio Sabino, um verdadeiro pulmão verde revitalizado recentemente e encravado em uma zona bastante residencial, e da ciclovia da Avenida Sumaré – , neste pedacinho de calmaria – ainda desconhecida para muita gente – abriga espaços culturais e uma boa e nova gastronomia alavancada pela chegada de novos e inventivos moradores.
A começar pelo prédio colado a estação, também todo em concreto e vidro. antigo Centro da Cultura Judaica -, que há dois anos abriga o Unibes Cultural. Projetado pelo arquiteto Roberto Loeb, este edifício foi construído em 2002 para abrigar o antigo Centro da Cultura Judaica. Atualmente, funciona como um hub de cultura, empreendedorismo criativo e causas sociais em Pinheiros, sua programação é bem diversificada e engloba desde shows de música, dança e exposição de arte a palestras, cursos e bazares abertos a comunidades. Um espaço bastante democrático e diversificado que busca se abrir ao bairro e criar pontes culturais com a cidade.
Quer mais?
Se caminharmos pela Rua Oscar Freire, a uma quadra da estação de metro, encontramos o Torra Clara Café, a galeria Casa SinLogo e sua cria mais nova: o badalado bar da região, o Apotheke (criado por conceituados barmans ex-Spot).
Mas se formos na outra direção, sentido Avenida Heitor Penteado, pela Rua Capote Valente alcançaremos o teatro Espaço Viga e o delicioso restaurante armeno Firin Salonu, do prestigiado e jovem chef Fred Cafarena.
E mais além, se seguirmos pela Rua Amália de Noronha – sentido Vila Madalena – encontraremos uma verdadeira pizza napolitana no Napolino, um PF de costela de responsa no Costelas e a charmosa, inventiva e recém inaugurada deli judaica Paca Polaca, aonde se pode comer um deliciosos sanduíche de pastrami.
Então, que tal uma caminhada despretensiosa pelas franjas de Pinheiros, ainda tão pouco desbravadas?
Seguem algumas sugestões de apê disponíveis bem bacanas nessa localização:
Pra quem busca compactos com otimo custo-beneficio, este apê é perfeito!
Pros fãs da boa arquitetura da década de 50 e dos predios vintages, não deixe de ver esse.
E pros que não abrem mão de espaço aliado a condomínio baixo, temos esta opção na Cristiano Viana.
Deixe um comentário