Carro ou nao carro, eis o “problema”?

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por Matteo Gavazzi

Escrevo esse artigo hoje em 2017 colocando a palavra problema entre aspas pois tenho plena convicção que a vaga de garagem deixara de ser uma questão no nosso futuro próximo.

A chamada “sharing economy” esta nos mostrando aos poucos mas com longos passos que nao é mais conveniente possuir bens somente para nos mesmos.

Para que ter um carro se você pode pegar um na rua quando você precisa?

Esse é o conceito dos carros compartilhados que ja existem na Europa ou EUA e que em breve veremos por aqui também.

Desburocratizar o aluguel significa poder pegar(ou largar) um pequeno automóvel estacionado em qualquer lugar da cidade assim como pegamos as bikes do Itaú ou Santander. Essa é a Ideia.

Dito isso, ja temos os Ubers, Cabifys e 99 Pop, além dos Easytaxis a nossa disposição para pegar um carro em 5 minutos em qualquer lugar da cidade a qualquer hora do dia.

E pense bem? Isso só tem 2/3 anos….

Já pensou o que pode vir por ai nos próximos 5/10 anos?

Qualquer um que tenha se dedicado a por na ponta do lápis os valores de gasolina, estacionamentos e manutenções vera que os valores estão bem próximos com a diferença de não precisar do capital inicial para investir num bem material que só desvaloriza uma vez que sai da concessionaria e entope as cidades.

Para os que moram longe do trabalho provavelmente a conta não fecha mas ai se põem o problema de lutarmos juntos por transporte publico eficiente.

O carro já deixou de ser a resposta e já virou o problema a ser resolvido em muitas das cidades do mundo.

Os viadutos estão sendo implodidos e o remédio é transportar mais pessoas com meios de transporte coletivos.

Em Roma onde eu nasci, ninguém tem vaga de garagem e todo mundo que escolher ter um carro estaciona na rua.

La também tem famílias com crianças pequenas, la também tem compras para ser feitas mas se da um jeito.

Não estou falando que é cômodo mas também acho que não é o fim do mundo estacionar atrás da esquina e dar uma volta a pé na sua cidade.

Qual o grande lance? Viver a cidade fora dos muros do escritório e do nosso lar é a base para termos uma cidade mais legal e especialmente, mais segura.

Tenho certeza que em poucos anos a questão do carro não será mais uma questão.

Todos irão usar carros compartilhados sob demanda e as vagas de garagem dos edifícios no máximo servirão para parar e descarregar.

Pensando nisso, o que hoje são considerados aptos menos valiosos por não ter vaga, em breve estarão na mesma cesta dos que tem, ou quase.

Quando o carro deixar de ser um item do dia a dia a ser possuído, guardar o carro não será mais importante, ja que nao e relevante guardar o que nao se tem e automaticamente esses aptos serão tão desejáveis quanto os que tem vaga hoje em dia.

E ai me surge espontânea uma pergunta : é possível afirmar que seja uma Oportunidade comprar aptos sem vaga?

Difícil dizer pois é difícil prever quanto tempo esse processo vai demorar mas com certeza hoje um apto sem vaga é mais barato do que um que tenha e la na frente provavelmente os preços irão se aproximar.

O que posso afirmar com plena consciência é que a verdadeira Oportunidade é se libertar do carro.

Um objeto pesado e grande que não trás consigo mobilidade nenhuma.

Como um objeto que pesa algumas toneladas e precisa ser encaixado em algum lote vazio da cidade aumenta sua possibilidade de se movimentar na cidade?

É um contrassenso.

Verdade seja dita, não tem vaga no meu prédio.

Fator que não pesou na minha escolha da compra já que valorizo mais o espaço interno, a luminosidade, a ventilação cruzada, as janelas amplas e o pé direito de 3 metros do que o espaço no subsolo.

Vale porem dizer que a falta da vaga apressou minha decisão de vender meu automóvel já que não sentia mais a necessidade de “possuir” o tal do carro.

Depois de vendido comecei a andar 10 vezes mais pela cidade.

Criei o projeto Predios de Sao Paulo dessas andanças, conheço mais gente e sou mais feliz por estar NA cidade e nao Andando de A a B numa bolha de vidro fumê o tempo inteiro.

Viver mais São Paulo foi a maior oportunidade que a falta da vaga me trouxe.

Recomendo.

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sobre o autor

Matteo GavazziSócio-Fundador

Nascido em Roma, Itália, onde viveu até seus 20 anos, mudou-se para São Paulo em 2010, fazendo o mesmo caminho e trazendo os mesmos sonhos de Giuseppe Martinelli, um de seus maiores inspiradores. ...

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