Quanto custava um apto de alto padrão em 1944?
VoltarBom, temos várias maneiras de responder essa pergunta.
A primeira é, efetivamente, expor o preço.
Esta é a tabela de 1944 para o Edifício Santa Rita, na Av. Sao Luiz. Um marco erguido pelo empreendedor Arnaldo Maia Lello.
O valor era então em Cruzeiros, Cr$380.000,00 para o apartamento mais barato da tabela, até Cr$445.000,00 para o mais caro, a ser pagos em várias prestações e com uma parcela mensal pouco superior a 2 mil “dinheiros” mensais (ou 5 salários mínimos).
Considerando que o salário mínimo era de Cr$380 cruzeiros por mês naquela época, temos aqui o valor para um apto de 190m² sendo 1.000 vezes superior a este indicador.
O que não é muito diferente dos preços de hoje em dia, onde encontramos aptos a partir de 1 milhão neste edifício.
Ou seja, novamente, cerca de 1.000 vezes o valor de um salário mínimo (hoje cotado em R$954,00).
Se fossemos usar outro parâmetro poderia ser usando a calculadora do Banco Central.
Neste caso 380 mil cruzeiros viram, corrigidos pela inflação, 883 mil reais. Perto também da avaliação hodierna.
Vale dizer que com os anos a Avenida Sao Luiz mudou e que hoje provavelmente se estivéssemos falando de um lançamento para “alto padrão” neste mesmo estilo, seria um Lindeberg nos jardins ou na Vila Nova Conceição, onde 200m² custariam entre 3 e 4 milhões (ou mais dependendo do empreendimento, especialmente em um lançamento).
Ou seja: 3/4.000 vezes o salário mínimo.
Sendo assim, quem sabe podemos concluir(?!), que eram até “baratos” estes aptos do Santa Rita à época.
Por fim, as árvores cresceram, o Santa Rita ganhou diversos vizinhos ilustres (vemos como exemplo o Copan, o Louvre, o Eiffel), os antigos bondes deram lugar ao metrô e este edifício segue, no curso de seus 74 anos desde o lançamento do Edifício, testemunha de uma época e uma peça na identidade diversa da cidade.
Caro leitor, gostou desta análise? Se tiver algo a ser acrescentado, fique a vontade, deixe um comentário!
sobre o autor
Matteo GavazziSócio-Fundador
Nascido em Roma, Itália, onde viveu até seus 20 anos, mudou-se para São Paulo em 2010, fazendo o mesmo caminho e trazendo os mesmos sonhos de Giuseppe Martinelli, um de seus maiores inspiradores. ...
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Naquela época, o centro de são paulo tinha pessoas de alto padrão, educadas, bem vestidas e num país onde não se via violência e drogas. Hoje em dia podemos ver a diferença e também nenhuma vantagem em morar no centro.