Prédio feito pra durar
VoltarA Maioria das incorporadoras e construtoras não está nem ai para a cidade. Fazem os projetos com base no que vende HOJE sem pouco se lixar que o prédio erguido ficará no panorama pelo menos por uns 50/100 anos. Pensando nessa lógica são poucos os empreendimentos que “abraçam” o futuro e escolhem construir hoje pensando nas tendências do amanhã.
Eu sou bem seletivo e cético com o “marketing” de vendas dos lançamentos, pois se for ver… todos os produtos são INOVADORES, todos são DIFERENCIADOS no mercado e todos futuros “ÍCONES”.
A verdade è que bem poucos estão ai pra durar e a maioria está ai pra ser mais do mesmo no cenário.
No centro, mais precisamente na República, lá pra marco de 2018 devemos ter um prédio bem bacana compondo a paisagem. O Bk30 do Largo do Arouche.
Os motivos que me fazem pensar nele como um produto realmente bacana são :
– Edifício aberto pra cidade. Voltado pra praça.
Sem muros. Sem grades. Sem cercas elétricas.
Com um recuo bacana do prédio que esta ao seu lado.
Obs: Uma coisa bem interessante nesse 3d por exemplo eh que colocaram o novo edifício ambientado ao lado dos prédios VERDADEIROS que já existem no local.
Isso demonstra uma certa “sensibilidade” no entender o “encaixe” que cada prédio tem que ter na URBE considerando os diferentes contextos.
Se for ver a maioria das maquetes eletrônicas que são realizadas para os lançamentos nunca propõem o edifício na sua real paisagem. “Ele” sempre aparece sozinho como se ele fosse o novo e único prédio da rua. Detalhes né?
Mais estou ainda convencido que detalhes são tudo.
– Nessa abertura pra cidade botaram comercio no térreo.
E não è um comércio qualquer. Se trata do restaurante “Le Casserole” que aqui se adapta numa fórmula mais jovem de café/brunch da marca, mas que de toda forma já tem uma tradição cinquentenária com e no Largo do Arouche. Ou seja, um “point” que veio pra ficar e soa como uma “garantia” de boa ocupação para os futuros condôminos.
– Não tem Garagem. Ou melhor, tem garagem se você quiser.
Na construção do prédio fizeram uma parceria com uma firma de estacionamentos e quem tiver carros vai poder alugar deles, por 30% a menos do preço convencional, com a vantagem que os namorados, pais, irmãos, amigos, vão poder estacionar no prédio sempre que forem fazer uma visita.
Isso demonstra um claro entendimento de duas coisas:
1) A construtora fez a lição de casa e sabe que o público do centro já esta em grande parte habituada a não usar o carro.
2) Entendem que essa tendência è irreversível e que no futuro o automóvel vai ser “on demand” como a tv, a internet, etc etc.
– Condomínio baixo. Constroem com inteligência e conseguem garantir um condomínio 20/30% a baixo da media dos concorrentes. 7/8 reais por m2 contra 10/11.
Esse são os pontos principais que me agradam.
Claro, o prédio também è legal em sua fachada e Arquitetura, tem x itens de lazer e serviços disponíveis que vem junto com toda aquela velha conversa que ajuda na venda de apartamentos que por si só são pequenos e sem muitos segredos ou grandes diferencias.
São “Studios” feitos pra morar durante um período da vida e depois se mudar e fazer upgrade na hora de casar e etc etc.
A vantagem aqui nas áreas privativas è que quase sempre temos uma boa orientação ao sol, já que toda a fachada praticamente esta virada para o norte e quase todos os apartamentos tem janelas grandes e varandas garantindo uma boa iluminação e ventilação.
– O último ponto mas não menos importante è que o preço è coerente com o produto/bairro. Hoje se encontram no mercado unidades por 7.500/8.000 reais o m2 ou 230/260 mil reais que estão ao alcance do perfil de moradores que escolhem habitar nessa região.
Pronto. Assim não dizem mais que odeio prédio novo.
O que eu odeio mesmo è coisa mal feita.
E não por nada. Mas porque tenho plena convicção que o tempo e o esforço que demanda fazer algo mal feito pode ser utilizado para fazer algo incrível.
sobre o autor
Matteo GavazziSócio-Fundador
Fundador da Refúgios Urbanos, nasceu em Roma, Itália, onde viveu até seus 21 anos, mudou-se para São Paulo em 2010, fazendo o mesmo caminho e trazendo na mala os mesmos sonhos de Giuseppe Martinel...
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