EMPATIA EM TEMPOS DE QUARENTENA
VoltarSe tem algo que eu acredito que a grande maioria do mundo está (ou deveria estar) praticando em tempos de isolamento e de quarentena é a empatia.
O dicionário Aurélio diz que empatia é “a capacidade psicológica para se identificar com o eu do outro, conseguindo sentir o mesmo que este nas situações e circunstâncias por esse outro vivenciadas”; “Ato de se colocar no lugar do outro”.
Sempre achei invejável algumas expressões da língua inglesa e “PUT YOURSELF IN SOMEONE’S SHOES” é uma das minhas prediletas. Se colocar nos sapatos do outro é exatamente isso, praticar empatia. Enxergar a situação a través da situação e posição do outro. Não adianta só olhar para o outro, e sim entender qual e sua realidade, qual sua história e experiencia, qual sua situação.
É claro que existem pessoas que já são empáticas por natureza… aquelas que se emocionam profundamente com as histórias dos outros, que sempre pensam no outro lado história (mesmo quando isso não as favorece), sempre dispostos a ouvir e ajudar o outro sem julgamentos.
Para aqueles que não têm essa pratica natural é mais complexo. Posso inclusive me colocar aqui nesse pacote. – Antes de ter filhos, lembro que ficava chocada com a mudança de vida de alguns amigos depois da vinda do bebê. Eu era mesmo incapaz de entender a transformação que alguém vivia depois da parentalidade. Também lembro que não fui uma rede de apoio suficiente para minha irmã quando nasceu meu sobrinho, justamente por não ter ideia do que poderia ajudar e não me colocar na situação dela. – Hoje percebo o quanto é importante praticar empatia e pensar do ponto de vista do outro. Como perdemos a chance de sermos presentes e ajudarmos de verdade o outro porque não investimos tempo em parar percebe-lo. Estamos sempre ocupados com nossos próprios problemas, agendas e tarefas.
Uma profissão que cresceu muito nos últimos tempos é o MEDIADOR DE CONFLITOS. Mediadores por si só são pessoas responsáveis por intermediar, ou seja, por traduzir discursos para duas partes. Estamos falando justamente de pessoas responsáveis por praticar empatia, entendendo um discurso ou situação, se colocando no lugar do outro, e transmitindo esta realidade para a outra parte. Ficou confuso? Pensemos no mediador de exposições; ele nada mais é que o responsável por compreender o discurso do artista e transformá-lo em algo mais palpável para o público. O mediador pedagógico é um facilitador, incentivador ou motivador da aprendizagem.
Em tempos em que os porteiros, cuidadores, professores e demais prestadores de serviços básicos também estão em quarentena nos seus respectivos núcleos, somos obrigados a nos colocar, que seja um pouco, no lugar deles e praticar empatia. Perceber a dificuldade e realidade do outro. Chefes em relação a seus funcionários e vice-e-versa; inquilinos e proprietários também. Estamos todos juntos, em um mesmo barco, enfrentando a mesma crise mundial.
Eu, por exemplo, moro em uma vila de casas onde além de nós, só mais uma família tem criança pequena. Se criou então uma rede de apoio dos demais moradores para ajudar em compras de supermercado, farmácia e até almoços e jantares para dar suporte aos pais que estão com os filhos em casa.
No prédio de uma de nossas colegas, os condôminos estão se revezando para ficar na portaria do prédio já que o porteiro está em quarentena. E de aqui pra frente, tenho certeza que muitos mudarão sua forma de se relacionar com seus vizinhos e prestadores de serviços no seu condomínio e/ou trabalho.
Que lindo seria se quando as rotinas voltarem ao seu padrão habitual, seguíssemos todos praticando empatia, sempre.
sobre o autor
Melanie GrailleCorretora Associada
Nascida em Barcelona, Melanie passou a infância pulando de cidade em cidade - Buenos Aires, Rio de Janeiro e Brasília - mas São Paulo foi a cidade que ela escolheu para viver depois de se formar em...
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