Imóveis no bairro do Paraíso em São Paulo
Bairro nobre localizado na Sul da cidade de São Paulo.
O bairro do Paraíso, pertencente ao distrito da Vila Mariana, já era assim denominado em 1900, tendo como ponto central o Largo da Guanabara, atual Praça Rodrigues de Abreu.
Sua origem, entretanto, remonta ao século XIX, por volta de 1860, a partir de uma grande área rural chamada Chácara do Sertório, situada nas imediações da atual Praça Oswaldo Cruz, antigo Largo do Paraíso.
Como extensão da Vila Mariana e se beneficiando do progresso que a Estação da Companhia Carris de Ferro de São Paulo a Santo Amaro levou à região, junto à marcante presença de imigrantes alemães que inicialmente se estabeleceram na Rua José Antônio Coelho, foi aberta em 1885 a Cervejaria Germânia pela Cia. Faust & Schmidt, no Paraíso.
A cervejaria, umas das pioneiras no Brasil, ocupava um grande terreno entre as Ruas Vergueiro e Apeninos, bem em frente ao Largo Guanabara. Mudou o nome para Cervejaria Guanabara por conta da Primeira Guerra Mundial, segundo contam antigos moradores, e em 1921 foi comprada pela Companhia Cervejaria Brahma.
A fábrica encerrou suas atividades na década de 1980 e o edifício foi demolido em 1994. Muitos anos depois foi construído no local um grande empreendimento imobiliário.
No mesmo Largo da Guanabara foi erguida pouco a pouco a primeira paróquia da região, a partir de 1915, tendo como padroeira Santa Generosa. Em 1924 ela foi inaugurada parcialmente e depois seguiram-se anos de tensão até que fosse finalizada, em virtude do anúncio pela Prefeitura, em 1943, que teria que ser demolida para dar lugar a obras de urbanização da cidade.
Porém, somente em 1967 a Prefeitura concretizou a desapropriação e demolição da paróquia para a construção da Avenida Vinte e Três de Maio e do viaduto que levou o nome da santa padroeira. A nova Paróquia de Santa Generosa foi inaugurada em 1970 na Avenida Bernardino de Campos, onde se encontra até hoje, no número 360 da via.
Por volta de 1916 o bairro já tinha uma razoável quantidade de moradores na Rua do Paraíso (desde seu início até o término na Rua Apeninos), Rua Tomás Carvalhal, Rua Cubatão e trecho da Rua Abílio Soares. Algumas casas de famílias ricas já haviam sido construídas nas Avenidas Bernardino de Campos e Paulista, mas próximo ao atual Parque do Ibirapuera ainda era escassa a ocupação. Os limites do bairro sempre foram controversos.
Do começo do século XX até seus meados destacam-se algumas construções na Avenida Paulista, em seu trecho no bairro do Paraíso, que permanecem em seus endereços até hoje.
O Instituto Pasteur, fundado em 1903, foi inaugurado em 1904 no atual número 393. O imóvel, de propriedade de um grupo de médicos, foi originalmente projetado pelo arquiteto Carlos Milanese para ser uma casa de saúde, tendo passado por várias adaptações até sua reinauguração como instituição pública estadual em 1918.
A construção da Escola Estadual Rodrigues Alves, no atual número 227, projeto do escritório do arquiteto Francisco de Paula Ramos de Azevedo em estilo eclético com elementos neoclássicos, foi concluída em 1919 e o imóvel está tombado nas esferas estadual e municipal.
A Casa das Rosas, no número 37, foi projetada pelo arquiteto Felisberto Ranzini, do escritório Ramos de Azevedo, e construída na década de 1930 para a residência de Ernesto Dias de Castro, genro de Francisco de Paula Ramos de Azevedo, que já havia adquirido o terreno em 1900, e até 1986 foi residência da família. Em 1985 foi tombada pelo Condephaat e anos mais tarde pelo Conpresp.
Desapropriado pelo governo estadual, em 1991 o imóvel se tornou um espaço cultural público. Em 2004, após aproximadamente dois anos de reforma, foi reinaugurado como Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura, com a doação da riquíssima biblioteca do renomado poeta paulistano por sua esposa e filho.
Outro imóvel que merece destaque no eclético Paraíso é a Catedral Ortodoxa Metropolitana, na Rua Vergueiro, número 1515, o maior templo em estilo bizantino da América do Sul. A imigração árabe no bairro data do final do século XIX e o crescimento da comunidade exigia um local apropriado à continuidade da religião, etnia e idioma. Projetada pelo arquiteto Paulo Taufik Camasmie, a construção teve início em 1942 e término somente em 1954.
Em 1953 é inaugurada a primeira agência bancária do Paraíso, na Praça Oswaldo Cruz, mas anos antes o impressionante crescimento da cidade já era uma realidade.
Em 1975 foi inaugurada a estação Paraíso do metrô, que trouxe definitivamente o caráter multifacetado para o bairro.
Do Instituto Pasteur até a Catedral Ortodoxa Metropolitana, do edifício sede da IBM projetado pelos arquitetos Croce, Aflalo e Gasperini e inaugurado em 1977, passando próximo ao Conjunto Desportivo Constâncio Vaz Guimarães projetado pelo arquiteto Ícaro de Castro Mello, é certo que o bairro do Paraíso pode oferecer tanto sua face dinâmica quanto a paz de ruas tranquilas, tudo em meio a muito verde e qualidade de vida.