Bom humor no ambiente corporativo

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por Octavio Pontedura

Quem trabalha em uma empresa provavelmente já percebeu que o bom humor e a descontração nem sempre são bem-vindos.

Há constantemente um certo limite para o quanto se pode usar de comportamentos, atitudes ou linguagem menos formais. E ele quase sempre é bem baixo. Uma brincadeira qualquer e logo vem algum tipo de repreensão verbal ou não.

E não importa muito o tamanho ou origem da empresa, grandes ou pequenas, nacionais ou não, praticamente todas têm como princípio que trabalho é coisa séria e que brincadeiras não cabem no ambiente corporativo.

Não me entendam mal, concordo totalmente que para tudo é preciso algum limite e que determinadas situações e atividades pedem sim formalidade. Nenhuma intenção aqui de defender que o escritório se transforme em um jardim de infância.

Entretanto, vamos falar sério, precisa mesmo ser o tempo todo? Trabalho tem que efetivamente ser aquele momento em que todos vestem um uniforme comportamental, quando não literal, e devem se enquadrar a um modelo definido sabe-se lá por quem do que é ser “profissional”?

Ser profissional não teria mais relação com desempenho, comprometimento, qualidade de serviços, iniciativa e outras métricas mensuráveis, ou mesmo subjetivas, específicas a cada atividade?

E quem disse que isso tudo só pode ser atingido através da absoluta seriedade?

Convenhamos, e isso é mais que chover no molhado, passamos a maior parte de nossos dias em modo trabalho; e ainda tem que ser em um ambiente chato?? Chega a ser cruel…

Obviamente, sempre é possível estabelecer momentos de descontração e bom humor. Rolar uma piadinha, liberar uma risada mais solta.

Sim, acontecem aquelas brincadeiras sobre futebol, da bonitona do RH, do gatão do Marketing ou das manias do chefe. Nossos escritórios não são uma versão real do Ministério da Verdade orwelliano, embora acredito piamente que alguns gestores adorariam que fossem…

Mas, esses minutos, geralmente segundos, de leveza acontecem sorrateiramente, praticamente às escondidas, como se fossem um crime. Basta alguma figura de autoridade ou colega de trabalho que não faça parte da “turma” aparecer que o assunto muda, e voltam as caras circunspectas.

Ora, qual é o grande risco que se corre ao fomentar um local de trabalho descontraído, onde bom humor e brincadeiras saudáveis entre colegas seja liberado, se não incentivado?

Juro que me vem à mente as palavras finais de Venerável Jorge, personagem de Umberto Eco em O Nome da Rosa, quando tenta justificar suas ações dizendo que o riso destrói o medo; e que o medo é a base fundamental da hierarquia – no caso, entre o homem e Deus…mesmo assim, creio que a conexão faça sentido.

Corporações, em seu modelo mais fundamental, definidor do que entendemos hoje, foram formadas no século XIX, e conformadas nos primeiros anos do XX.

Incrível verificar que ainda carregamos traços desta hierarquia cristalizada.

Antes de surtar comigo nos comentários, espere. É óbvio que evoluímos desde então. Mas, sinceramente, ainda há muita crosta para retirar.

Felizmente, há um bom número de empresas que já compreendem que um clima mais natural e divertido incentiva a criatividade, incrementa o engajamento, consolida o espírito colaborativo e de equipe…..

Na sua experiência, em sua atividade atual, como o bom humor é visto?
Tem considerações para dividir conosco?
Deixe seu ponto nos comentários e vamos conversar!

Crédito imagem – Barbsawyers

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sobre o autor

Octavio PonteduraSócio-Proprietário

Nascido em Londrina, vive em São Paulo há mais de duas décadas. Formado em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), seguiu carreira corporativa por boa parte da vida, trabal...

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