Sociedade de consumo & o Design de Interiores

Se juntarmos o lançamento de apartamentos sempre menores com a mania consumo, de comprar o tempo inteiro acessórios de decoração, teremos como resultado nossas casas parecendo com um labirinto de mesas, mesinhas de canto e puffs coloridos onde o objetivo máximo do “jogo” é ocupar cada cm2 de nossas paredes com bugigangas e obras mais ou menos de arte. A bagunça organizada parece ser o novo Design de Interiores.

Combinações do nada com nada e do tudo com tudo, em resumo.
Algumas ficam ate boas. Harmônicas. Outras, menos. A ideia do Minimalismo, introduzida na Arquitetura por Ludwig Mies van der Rohe, exaltada pelo conceito do “Less is More” era favorecida por uma arquitetura modernista que vangloriava espaços amplos e nos permitia isolar uma obra de arte aqui e esnobar outra ali sem que os espaços ficassem “pesados”.

Com o adensamento das cidades, a mudança do estilo de vida das novas gerações e a valorização do m², a tendência do minimalismo parece estar mais longe do que nunca dos nossos dias. Nos sentimos impossibilitados de ter pouco, comprar pouco e deixar de mostrar personalidade por meio de nossos objetos o tempo inteiro. O consumo que consome.

Hoje, com plantas mais enxutas, a tendência acaba sendo “entulhar”, com objetos e memórias, os espaços bem menores que temos à nossa disposição, e que acabam replicando uma estética bem parecida à das ruas de comércio, por exemplo: cheias de pontos focais querendo roubar a cena o tempo todo. Isso produz uma overdose de cores, formas e jeitos de nos comunicarmos onde o “Less” (Menos) perde o seu lugar para o “Mess”(Bagunça) na busca de uma nova harmonia.

Até que a historia se repita. Até que desapeguemos de tudo que carregamos e que nos carrega. Até os ciclos se fecharem e reiniciarem; para assim voltarmos ao “Menos é Mais”.