Como uma floricultura mudou a minha forma de comprar qualquer coisa
VoltarComecei a trabalhar bem cedo. Antes mesmo de poder registrar como menor aprendiz. Trabalhava numa empresa da família, e por diversos motivos eu amava:
– eu conseguia dispensa da Educação Física do colégio;
– gostava mesmo do que fazia: de tudo! por vezes era gerente, vendedor, vitrinista, faxineiro e office boy. me divertia!
– tinha meu dinheirinho pra comer um lanche ou fazer um passeio, vez ou outra (a verdade é que gastava tudo reformando meu quarto, sempre!);
– tendo dinheiro, comecei a consumir. consumindo, desenvolvi meu lado crítico.
Com onze anos já trabalhava e com quatorze anos (no dia mesmo do meu aniversário), corri pra tirar minha carteira de trabalho e no dia seguinte estava no Fórum solicitando ao juiz a permissão para trabalhar. Além de ansioso, sou canceriano. Disse que gastava muito comprando coisas pro meu quarto, tinha também uma boa parcela que eu gastava com um negócio inusitado: flores!
Fazia questão de presentear mãe, pai, tias, avós. Perto da casa da minha avó tinha uma floricultura bonitona. De esquina, vistosa. Confesso que tinha certo receio de entrar e passar vergonha, afinal meu salário era de um menor aprendiz. Certo dia entrei junto com uma tia: era Natal, ela iria comprar um vaso de bico de papagaio. Fiquei encantado! Parecia que o vendedor estava oferecendo um vaso imenso de orquídeas raríssimas e caríssimas. Não, era das opções mais baratas na loja.
Pensei muito naquilo, trouxe pra minha realidade. Eu vendia fechaduras, como podia transformar a minha venda numa experiência pros meus clientes? Nada gourmetizado como se resolve quase tudo hoje em dia. Vesti a camisa da floricultura e passei a oferecer os meus produtos como se fosse algo imperdível, impecável e com a maior gentileza possível. O resultado foi imediato: choveu pessoas falando bem do meu atendimento, reportando à minha chefe (minha tia, no caso). Mais que isso: trabalhei nessa loja até uns 16/17 anos. Quando eu tinha uns 19, já estava na faculdade, recebo uma mensagem no finado Orkut de um cara que não conhecia. Ela contava que morou no interior, que havia visitado a loja e sido atendido por mim. Que tinha ficado impressionado como eu, tão novo, levava aquilo tudo tão a sério. Aquilo me deixou bem contente, mantenho contato até hoje!
Entre idas e vindas da vida, olha eu de novo trabalhando com vendas!
Falamos muito sobre relacionamento nas reuniões da Refúgios. Brincamos que 70% do trabalho de um corretor é relacionamento. Digo mais: uma boa porcentagem de qualquer carreira é relacionamento. Isso de que já foi balconista, arquiteto, analista de negócios e agora, corretor.
Logo que me mudei pra São Paulo eu trabalhei por um ano e meio num renomado escritório de paisagismo. Não foi à toa que ainda como estagiário e com menos de um mês trabalhando lá, assumi um dos maiores clientes do escritório. Antes na imobiliária eu trabalhei por quase sete anos numa incorporadora gigante. Entrei fazendo um pedacinho pequeno do negócio: desenvolvia a concepção dos projetos de paisagismo. Relacionamento me abriu muitas portas: conquistei confiança, abri horizontes. Em pouco tempo estava no acompanhamento dos processos e gestão da regional mais importante da empresa. Isso graças a: bom dia, boa tarde, boa noite e muito trabalho pra entregar qualidade e vencer a minha timidez.
Mais de quinze anos depois de conhecer o Flávio da Amor & Flor vez ou outra ainda recorro às flores dele pra alguma ocasião especial lá no interior.
Diariamente recorro ao que aprendi vendo ele trabalhar.
É assim que se conquista a confiança de desconhecidos, a indicação de novos clientes.
Por mais difícil que possa parecer uma situação ou o temperamento de alguém, nada que um sorriso no rosto e cordialidade não dêem conta.
sobre o autor
Rafael SorrigottoSócio-Proprietário
Arquiteto por formação, corretor por paixão e cozinheiro no tempo livre! Sócio da Refúgios Urbanos, é formado pela UNESP, cursou pós-graduação na FIA Business School, em Negócios do Merc...
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