Ah, você é corretor de imóveis?! Coitadinho… 

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por Matteo Gavazzi

No dia do trabalhador, nada melhor do que fazer uma reflexão sobre minha profissão, que é a de corretor de imóveis. Né não? 

Foi isso que fiz neste último 1 de maio. 

Bom, ela não é considerada, ainda, Classe A no Brasil.

Quase sempre a ideia é que viramos corretor de imóveis porque “não demos certo” em outras áreas…

Não adianta esconder isso ou achar que não é verdade. Existe sim um pouco de preconceito. 

Um corretor de imóveis não tem, de cara, a mesma consideração que um médico, um advogado ou de um executivo. 

Meio clichê, mas penso que todas as profissões, se bem conduzidas, deveriam merecer o mesmo tipo de respeito. 

Se trabalhas honestamente vales quanto qualquer outro profissional, no ponto de vista humano. Não podes ser maltratado, ou desconsiderado, em função do que está escrito no seu cartão de visitas. 

Se chegas pontualmente ao médico, precisa lembrar do compromisso com seu corretor de imóveis também. Seria simples, não? Não. (risos)

Claro que, do ponto de vista profissional, haverá sempre os melhores e os que estão abaixo da média, mas este é outro assunto. Interno, de cada classe. 

E você tem o direito de contratar quem quiser, mas deve tratar a todos do mesmo jeito. 

Dito isso, e voltando ao título, porque eu deveria ser um “coitadinho” se sou dono do meu destino?

Explico melhor o porque acredito que a profissão de corretagem está incluída entre outras poucas que ainda permitem termos uma carreira bem sucedida (que não dependa de promoções e afins).

Sem trabalho não pode haver resultados. Tudo precisa ser cuidadosamente construído. Isso ficou muito claro para mim ao longo dos anos.

Pode demorar mas, quem planta, colhe frutos.

Acredito fortemente que o mundo esteja mudando e que o setor de vendas seja o único (ou um dos poucos) que ainda garantem “liberdade”.

Liberdade financeira para ganhar o quanto você quiser baseado no seu esforço, crescimento e resultados.

Liberdade de medir seu tempo, sua agenda e suas tarefas.

Qualidade e não quantidade já deveria ser sinônimo de trabalho. 

Em vendas não há barreiras estruturais, de nenhum tipo.

Se você vendeu, ganha comissão. End of story. 

Isso significa que seja de igual dificuldade para todo mundo? Óbvio que não, né?

Cada ser humano tem suas peculiaridades e desafios a serem vencidos.

Mas todo mundo pode chegar lá, com mais ou menos esforço, ao contrário de muitas profissões onde pode ser que você nunca chegue ao topo independente da sua vontade e esforço. 

Se você for bom, dedicado e tiver paixão pelo o que faz, a única barreira que encontrará á a sua capacidade de superar seus desafios.

Vender é fácil? Não.

Mas mesmo que você tenha pensado algum dia “não sou um bom vendedor” lembre-se que tudo na vida é uma “transação”.

Vivemos trocando, dando e recebendo de outros seres humanos, afetos, sentimentos, mercadorias e etc etc. 

Escolher o restaurante para jantar com o namorado, é uma transação. 

Você pode querer um tailandês e o outro um italiano, se acabar sendo decidido por um deles, alguém terá feito uma melhor transação. 

Se ao final optarem por um japonês, os dois terão intermediado até o ponto mediano de encontro, para que nenhuma vontade prevalecesse e todos se sentissem satisfeitos. 

Mas não deixa de ser uma transação, estou certo?

Negociar com um filho birrento o armistício, é uma venda. Das mais difíceis.

Nem tudo pode ser comprado com um sorvete, as vezes precisamos impor um castigo, mas para isso também existe a maneira certa, que traga uma mudança e não somente uma punição. 

Negociar bem nestes casos significa ter filhos mais saudáveis emocionalmente e mais educados para a vida, em todos os sentidos. 

Afinal, ceder ou deixar que o pequeno rei ou rainha consiga sempre o que quer, por meio de um choro, significa transforma-lo num magnífico vendedor dentre as quatro paredes de casa e péssimo vendedor no mundo real. 

Daqueles que não terá sucesso crescendo na vida, pois nem todos são pais e mais dispostos a comprar uma venda por birra. “O resto do mundo” não irá responder positivamente à estas manhas. 

Enfim, podemos negar que estamos o tempo inteiro intermediando?

Quer a gente queira ou não, eu acredito que seja assim. 

O que não significa que eu veja a vida como uma eterna venda, nem que eu pense em termos econômicos para tudo e qualquer coisa, mas vejo sim que somos intermediadores, mesmo querendo recusar esse papel. 

Pois, humana e psicologicamente, é desgastante intermediar conosco e com os outros. 

É pesado, e as vezes entendo que não queremos para nós esse papel. 

Mas é necessário saber que estamos empurrando a poeira para debaixo do tapete. 

Afinal estas “negociações” são nossas. Se referem diretamente as nossas vidas, e não se sair bem nelas significará, provavelmente, uma frustração ainda maior. 

Recusar esse papel significa comprar, quase sempre, as transações que os outros nos propõem. Simples assim.

Sendo assim, todos precisamos sempre melhorar nosso jeito de tratar com a vida.

O corretor, que leva então a carreira para a vida, terá liberdade financeira e poderá crescer muitíssimo humanamente em todas as áreas de sua vida, entendendo que o equilíbrio na intermediação traz grandes benefícios.

A precarização do trabalho, como era entendido antigamente, só vai aumentar, não tem marcha a ré nesse sentido.

As corporações já não querem mais prédios inteiros, estas mesmas hoje ocupam coworkings e contratam somente altos executivos para ocupar poucas e seletas cadeiras.

Os PJs precisarão aprender a vender também, e muito bem, suas horas de trabalho. Será algo necessário e que não está sendo, ainda, ensinado nas escolas. 

Educação financeira. Esta ilustre desconhecida. 

Somente quem programa o próprio orçamento sem base em salário fixo sabe da necessidade de estudar mais e mais sobre o assunto. Estes são os corretores, por exemplo. 

Por isso, tenham certeza que ter um trabalho no ramo de vendas, por mais que seja estressante e inseguro muitas vezes, é uma benção para a própria independência quando vista a big picture por inteiro.

E assim, me sinto o mais longe possível de “coitadinho”, e vejo como uma benção todos os desafios, pois cada um deles será mais um passo rumo a liberdade.

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sobre o autor

Matteo GavazziSócio-Fundador

Fundador da Refúgios Urbanos, nasceu em Roma, Itália, onde viveu até seus 21 anos, mudou-se para São Paulo em 2010, fazendo o mesmo caminho e trazendo na mala os mesmos sonhos de Giuseppe Martinel...

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