Eu sou a louca das plantas
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Já tivemos por aqui o louco do Natal, a louca dos gatos e das crianças, agora chegou a minha vez de apresentar meu vício.
Minha casa sempre teve plantas. Sempre, sempre, sempre.
Isso porque eu morava com a minha vó e como uma tradicional avó dos anos 90, ela tinha um quintal com muito verdinho e a planta tradicionalíssima das avós: a samambaia. Várias, penduradas por todos os cantos.
E quando viemos para essa casa, foi inevitável pensar em encher os ambientes de plantas, até porque meu companheiro de vida também teve uma vivência semelhante e gostava muito das verdinhas.
Mas até então, eu não queria ficar tão responsável pela vida desses serzinhos, porque apesar de sempre conviver com plantas, eu não cuidava delas.
Não cuidava, no passado, porque isso mudou.
E no começo do interesse, eu quase matei uma pacová e uma samambaia.
Então, hoje venho por meio desta compartilhar o que já aprendi até o momento e dar algumas dicas para que você, assassino de plantas perca esse título fúnebre.
Dica número 1: comece humilde na empreitada
Se você não sabe nada sobre plantas, não escolha as mais difíceis pra começar. Isso pode fazer com que suas chances de sucesso diminuam drasticamente.
Não fique triste em saber que a amada samambaia não é um bom início. Considero ela uma planta temperamental, que só vai bem em um certo tipo de ambiente. Aqui em casa, a nossa quase morreu, mas foi pra enfermaria (espacinho aqui de casa na lavanderia com muita luz, mas pouco sol direto) e passa bem.
Avencas também não são indicadas pra quem começou agora. Aliás, ô bichinha difícil de cuidar. Nunca tive uma que sobreviveu.
Temperinhos (manjericão, hortelã, tomilho, salsa, cebolinha) também são para um nível mais avançado na jardinagem.
Agora, quer começar bem?
É claro que isso depende da incidência de luz na sua casa, mas a zamioculca é muito fácil de cuidar. Assim como as jibóias, que além de fácil de cuidar, é baratinha e fácil de encontrar.
Pacová, cactos e suculentas são ideais pra quem não quer ter muito trabalho em lembrar de quando molhar.
Mas são plantas que precisam de um espaço com mais luz ou sol direto. Então aposte nelas apenas se sua casa tiver um cantinho com muita luz.
Dica número 2: o excesso de amor pode matar
Sabia que as plantas costumam morrer mais pelo excesso do que pela falta de água? Por isso, se estiver em dúvida se deve ou não molhar de novo sua plantinha: não molhe.
Evite doses homeopáticas de rega. As plantas preferem serem molhadas em abundância, com regas mais espaçadas para que a terra seque por completo. Evitando assim que as raízes apodreçam.
Dica número 3: comidinha pra elas
Junte restos de cascas de frutas e verduras, ovos e borra de café, bata no liquidificador e faça seu próprio adubo, rico em nutrientes. Vale também: restos de cebola, de alho, aquele cheiro verde que murchou na geladeira, aquela maçã passada, enfim: só não vale carnes, grãos, industrializados e alimentos que já foram cozidos. E para colocar esse adubo nos vasos, faça um furo na terra, deposite e depois cubra, pra evitar mosquitos. De preferência, faça a rega por cima do adubo coberto por terra, para que todas as vitaminas e proteínas do adubo consigam chegar na raiz.
Dica número 4: pergunte, pesquise, experimente.
Pergunte: sempre que for a floricultura, procure conversar com o paisagista ou o floricultor para descobrir dicas de como cuidar de um certo tipo de espécie, ou conseguir aquela dica profissa.
Pesquise: Baixe algum App para identificar as plantas. Com o nome certo da espécie você consegue pesquisar como cuidar, do que ela gosta, etc.
Experimente: fique de olho na sua vizinhança. Não fique preso a ter sua plantinha apenas indo em uma loja comprando. Muitas espécies permitem que você retire mudas, que podem brotar na água ou diretamente na terra.
Perca a vergonha e peça mudas de plantas para os seus familiares, vizinhos e amigos.
Eu não me considero especialista. A minha enfermaria vive cheia e a UTI já teve fila de espera, mas senti que comecei a entender mais sobre o processo quando a primeira muda que eu tirei na rua deu certo. Foi um mês de incerteza, achei que tinha feito algo errado, mas um belo dia eu cheguei em casa e o brotinho que estava todo caído levantou, firme e forte. Um momento de vitória muito especial nessa minha jornada.
Outro momento mágico foi a ressurreição de uma filodendro que eu jurava que já tinha partido dessa pra uma melhor. Mudei ela de lugar, deixei algum tempo o vaso vazio e para a minha surpresa, ela brotou novamente. Firme e forte.
Por isso, melhor do que todas as dicas anteriores é: persista. Uma hora você pega o jeito.
sobre o autor
Karen SiqueiraSócia Proprietária
Nascida em São Caetano do Sul, morou maior parte da sua vida em Santo André, no ABC Paulista e cursou a faculdade de arquitetura e urbanismo. Mesmo fora da capital, qualquer ocasião era uma boa de...
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