A HISTÓRIA DO EDIFÍCIO MAIS ESTREITO DE SÃO PAULO

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por Almiro Dias

Quem já procurou um apê para alugar vai saber do que estou falando…

Nos últimos meses vivenciei a difícil busca pelo meu novo lar, e após visitar vários imóveis na região do Centro, me senti seduzido por uma kitnet que tem uma janela generosa, com vista tanto para o espigão da Av. Paulista, quanto para o Centro. Decidi marcar uma visita e logo que entrei no edifício, uma boa surpresa – um painel de azulejos pintados à mão, assinado pela Construtora Orban, que nomeava cada edifício com nomes de óperas consagradas. Esta série de construções ficou conhecida como Edifícios Líricos, onde você pode saber mais um pouco clicando aqui. A ópera que dá nome ao edifício é a “L`arlesiana” do italiano Francesco Cilea e foi realizada pela primeira vez em 1897.

Erguido no fim da década de 50 na Avenida 9 de Julho, próximo à Praça 14 Bis, o Edifício L’Arlesiana foi inserido num lote singelo, de apenas 3,8m x 12m (Seria este um dos edifícios mais estreitos de SP? Com certeza!), espremido entre dois edifícios, da já vertical avenida que sem a Av. 23 de Maio pronta era a principal via de quem ia da zona sul para o Centro da cidade.

A legislação ainda permitia construções sem recuo lateral e a Orban não titubeou em colar seu edifício entre os outros já existentes.

 

Vale notar na foto acima como a avenida ainda tinha uma ampla calçada, hoje reduzida a menos de 1 metro, devido a instalação do viaduto Plínio de Queiroz (inaugurado em 1971).

Na época, São Paulo era a cidade que mais crescia no mundo, e com a alta demanda por habitação e a legislação como a conhecemos ainda incipiente, construía-se onde tinha espaço, e foi o que a Orban fez.
Com apenas 7 andares e 14 kitnets, este edifício que uniu concreto e música, foi construído para servir aos recém-chegados à cidade que vinham trabalhar nos escritórios do Centro, e apesar de seus traços modernos e pastilhas verde-limão na fachada, o edifício passa despercebido por quem transita pela Avenida 9 de Julho.

Planta dos apartamentos voltados para a rua:

Gostou deste artigo? Fique ligado pois irei contando minhas andanças e o que ando arquitetando, sempre que possível.

Ah! Se você conhece outros edifícios muito estreitos em São Paulo, escreva para mim no [email protected]

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