Carta – Louvre
Por que amamos algo? Amamos o que nos faz feliz, nos inspira, nos proporciona momentos únicos.
Há 23 anos, comecei a gostar dele. E aos poucos, a cada ano, a cada instante, conhecendo-o melhor, esse amor foi tomando conta de mim. E digo que há muitas pessoas que também sentem o mesmo e o admiram.
De minha sala, através dele, vejo as copas das árvores da Praça Dom José Gaspar, e o edifício da Biblioteca Mário de Andrade. E o vai e vem constante de pessoas, absorvidas em seus pensamentos. Algumas levantam e param o olhar para ele.
Na madrugada silenciosa, a Avenida São Luiz, de onde ele se ergue, reverencia-se a esse monumento tombado pelo Patrimônio Histórico.
Em cada detalhe, através das mãos de seu criador, João Artacho Jurado, vejo a história de uma época que se perpetua através dos anos, através de suas luminárias, suas grades, seu piso, seus revestimentos, tudo minuciosamente pensado e idealizado. E seus moradores, sendo que muitas famílias possuem várias gerações por aqui também.
De seu terraço, no vigésimo sexto andar, assisto à cidade de São Paulo, em 360 graus. Acima de minha cabeça apenas o Edifício Itália. Todo o resto rodopia aos meus pés. E as inúmeras janelas do Edifício Copan olham para ele perplexas.
É nesse espaço que caminho, reverencio o sol, o dia, a vida, e assim faço minha terapia. Meu pensar. Estar lá é aquietar os pensamentos que borboleteiam.
E tudo isso proporcionado por ele: Condomínio Louvre. Que, para fazer jus ao nome, homenageia os mestres da pintura: Velázquez, Renoir, Rembrandt e Da Vinci, através de suas entradas.
Aqui sou feliz!!
Dá para não amá-lo?
Percila Camarinha