Música, filme e um apartamento numa cidade qualquer…

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Som ambiente
Um meio, dos mais eficientes, de se fazer a fusão de sentidos que conheço é um filme (ou cinema). Dizem alguns teóricos que um filme nada mais é do que imagem em movimento. Será? Experimente assistir a um filme que não tenha trilha musical. Pode ser uma experiência sensacional, a depender do filme! Ou a coisa mais sem graça.

A coluna Som Ambiente surgiu com a ideia de juntar sensações, buscar a relação inesperada e intrincada que há entre nossos sentidos. E isso não é novidade nenhuma. O teatro o faz. As óperas, mais ainda. Richard Wagner via suas obras como “a total work of art”, a obra de arte total, completa, englobando música, dança, artes plástica, literatura etc.

Para a maioria de nós, música e filme se misturam. Não nos damos conta de que são coisas absolutamente distintas e, até, independentes. Mesmo a música composta especialmente para esse fim. É algo que poderia não estar ali. Mas está. E interfere profundamente na forma como absorvemos as imagens.

Toda essa introdução pra chegar no que realmente quero dizer: tem coisa mais legal do que um filme do Woody Allen, com suas músicas criteriosamente escolhidas, conduzindo-nos por aqueles apartamentos quase todos nova-iorquinos, pequenos ou grandes, simples ou sofisticados, mas sempre muito bacanas? Já repararam que, nos filmes dele, o ambiente doméstico é pouco menos que uma condição? “Hanna e suas irmãs”, por exemplo e meu favorito, se passa praticamente todo dentro de algum apartamento, um mais legal que o outro. E o tempo todo permeado por algum standard da música americana.

O filme “The Apartment” (“Se meu apartamento falasse”, no Brasil), de Billy Wilder, é outro que nos remete para essa combinação de sentidos. É uma das melhores comédias já feitas. Como não se apaixonar pelo pequeno e aconchegante apê do protagonista? Sonhei por muito tempo em morar num lugar como aquele! Mas precisaria ter a mesma trilha sonora! Vale muito assistir!

O tempo passou, morei em vários apartamentos, sozinho, com amigos, com minha mulher, mas sempre com muitas músicas fazendo o fundo. Que, como no cinema, podiam não estar ali. Só estão porque as colocamos. Como no cinema.

Ainda bem!!

Harry James e Helen Forrest, da trilha sonora de “Hanna e suas irmãs”

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sobre o autor

Geraldo AntunesCorretor Associado

Sabe aquele cara que sabe fazer um pouco de tudo e tem o dom para atendimento? Esse cara é o Geraldo. Sua formação e atuação são multifacetadas. Por vários anos, gerenciou a banca de jornal...

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