Coltrane & João Gilberto & Bach & Refúgios Urbanos: o que os une?

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Por Geraldo Antunes Som ambiente

Coltrane & João Gilberto & Bach & Refúgios Urbanos: o que os une?

 

Coltrane & João Gilberto & Bach & Refúgios Urbanos: o que os une?

Muito além de uma frase de camiseta!

Pra começar, são todos joões! Coltrane é John, tão joão quanto o nosso saudoso João Gilberto. E Bach, cujo joão é Johann, conta com um Sebastião pra dar uma força. Johann Sebastian Bach! Alemão portentoso, mas que, traduzido, fica mais próximo da gente, João Sebastião Ribeiro, numa conversão pra lá de livre!

O que vale, e o que os une e os torna únicos, é a relação de cada um deles com a revolução.

Epa!! Explicando…

Os três, em épocas distintas, com temperamentos diferentes e formas de pensar e ver o mundo diversas, revolucionaram a música, de verdade.

Bach (1685–1750), o joão de Leipzig (na verdade, nasceu em Eisenach), praticamente criou a música da forma como a conhecemos. A técnica de   escrever e compor música se divide em antes e depois dele.

Além disso, é autor das mais belas e conhecidas obras da música dita erudita.

Quem nunca ouviu “Jesus, alegria dos homens” ou a Air (“on the G string”)? Impossível!

Para não dizer que não fazia mais nada, além de compor loucamente, teve 23 (!!) filhos, alguns dos quais se tornaram grandes compositores.

O joão americano, o tal do John Coltrane, é de outro tempo (1926-1967), século XX na veia.

Conseguiu resumir através da música todas as questões e contradições do tempo em que viveu. Criou e recriou, como bom jazzista que era, as obras seminais de uma época, o que não é pouca coisa.

Incendiário e, ao mesmo tempo, espiritualizado, virou o jazz de ponta cabeça, tanto na forma de tocar (era um gênio do sax tenor!), como na maneira de reinterpretar os standards da música popular americana.

“A Love Supreme” , composição sua, até hoje, um marco e um ícone e, ao mesmo tempo,  uma incógnita: que tipo de música é esse?

Não sei, mas sei que é música, e muuuito boa!

O nosso joão, baiano e, acima de tudo, brasileiro, é um caso de revolucionário pela delicadeza.

João Gilberto (1931-2019) reinventou a música brasileira. Ponto!

Não sem polêmicas ou isento de críticas. Pouca voz, americanizado, sem graça, antipático, perfeccionista etc. etc., a verdade é que, até por tanto incomodar, JG se impôs como uma novidade sem igual e um caminho sem volta. Fez isso dentro de um universo musical absurdo, como é a nossa MPB (pra não falar no mundo!).

Pra não cair no chavão de Corcovado ou Chega de Saudades, cito “Este seu Olhar”, de Tom Jobim, como referência. Um violão “simples” e uma voz afinada e certeira. Uma gota no oceano. E fez-se a beleza…

Três gigantes, três vidas completamente diferentes e três guinadas radicais no caminho da música.

Deve haver algum sentido nisso…

Ah… em relação à Refúgios Urbanos?

A técnica e o conhecimento de Bach, o fogo e paixão de Coltrane e a delicadeza sutil e bela de João Gilberto.

 

                     

 

 

 

 

 

 

 

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sobre o autor

Geraldo AntunesCorretor Associado

Sabe aquele cara que sabe fazer um pouco de tudo e tem o dom para atendimento? Esse cara é o Geraldo. Sua formação e atuação são multifacetadas. Por vários anos, gerenciou a banca de jornal...

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