Descrição
Projetado em 1953 pelo arquiteto ítalo-brasileiro Jorge Wilheim, o Edifício Samalka é um daqueles exemplares que fazem parte da grande leva de residenciais construídos entre as décadas de 40 e 60, considerados pioneiros do mercado imobiliário paulistano.
Composta por dois grandes volumes adjacentes, desalinhados em profundidade, a volumetria assimétrica do Edifício Samalka chama a atenção dos transeuntes na primeira quadra da Av. Pedroso de Moraes.
O volume mais recuado é bastante simples, discreto e modular – composto apenas uma única tipologia de janelas, tornando-se assim um fundo simetricamente ritmado que destaca o corpo da frente, implantado ao seu lado, um pouco mais a frente. Este ultimo rouba a cena, sem duvida alguma: revestido por pastilhas cerâmica 2x2cm, é composto pelos vazios das varandas e marcado pelas floreiras que delimitam horizontalmente as grandes superfícies das janelas piso-teto e percorrem toda a largura deste corpo. A caixilharia destes panos de vidro é a cerejinha do bolo: constitui-se por uma bandeira superior fixa e uma serie de laminas verificais votantes que a depender de sua abertura, criam um ritmo único à fachada.
O prédio é constituído por apenas nove pavimentos que abarcam por sua vez quatro apartamentos casa – configurando-se pela típica implantação em “H” utilizada nesta época: duas residências de aproximadamente 100m2 voltadas para a rua, e duas semelhantes para os fundos.
Apesar de ter sofrido algumas modificações ao longo das últimas décadas, que descaracterizaram principalmente o seu andar térreo – como o gradil que encobre as belas pilastras da entrada, o edifício conserva, ainda em bom estado, os elementos principais que o tornaram uma verdadeira joia rara modernista em Pinheiros.
Referências:
http://www.jorgewilheim.com.br/legado/Projetos
Fotos: Rafael D’Andrea
Texto: Camila Raghi
