A mais alta escalada da história na rua da Consolação

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Rodrigo Freitas

O cemitério da Consolação é praticamente um museu a céu aberto com hospedes ilustríssimos como Monteiro Lobato, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, entre outros.

Em alguns países, os cemitérios estão ganhando um novo significado, sendo transformados em espaço de lazer com atividades físicas, culturais e/ou turísticas. Eu apoio essa iniciativa porque é uma maneira de se apropriar da cidade, mas no Brasil ainda temos uma relação dúbia com este tipo de ambiente.

O cemitério da Consolação, por exemplo, é belíssimo!

Há alguns anos, fui prestigiar a peça “Além dos Cravos”, do Grupo Recifense EmFoco, encenada no cemitério da Consolação. Uma oportunidade única de lazer gratuito, em um espaço “diferentão” que, de quebra, garantir um passeio histórico no cemitério da Consolação.

 

 

Terminado o espetáculo, fui dar minha volta e não me atentei ao horário. Ao me dirigir para a saída, qual foi minha surpresa? Os portões estavam fechados! Então, busquei a administração e, com perdão do trocadilho, não havia uma viva alma. Descobri que o cemitério não tem nem segurança na parte da noite.

A vergonha de ligar para os bombeiros e ser confundido com um infrator, gótico ou algo do tipo me paralisou. Comecei a procurar pontos para escalar o muro, sempre com muito respeito aos jazigos. O melhor deles era justamente próximo ao pórtico de entrada, desenhado por Ramos de Azevedo, de cara para a rua. De verdade, ele deve ter meros 2,5 metros de altura, mas, para mim, era como o Everest ou a Muralha da China. A ideia de dormir ali era apavorante.

Por conta do acaso do destino, o grupo teatral voltou para a porta do cemitério, acho que para esperar o transporte. Num misto de vergonha alheia e compadecimento, eles me ajudaram a escalar e pular o muro. Uma ação de cinco minutos, mas que pareceram cinco horas.

Passado o susto, e já rindo da situação, o momento foi registrado na página oficial do grupo (https://www.facebook.com/EmFocoGrupoDeTeatro/photos/a.663016457099034/801653066568705/?type=3&theater), mas eu ainda não voltei ao cemitério. Entretanto, recomendo o passeio ao cemitério da Consolação, claro, fique atento ao horário de saída.

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