Descrição
Este é um daqueles edifícios que você poderia encontrar com facilidade no centro das grandes capitais europeias como Roma, Paris ou Londres.
Claro que em cada país você encontraria algumas pequenas diferenças ornamentais e de estilo construtivo, mas a essência seria praticamente a mesma.
Prédios baixos de poucos andares lá fora são super concorridos, considerados exclusivos por terem poucos apartamentos e por fazerem parte do Centro Histórico de suas cidades.
Pois sim, lá fora normalmente o Centro é o melhor lugar da cidade, e não o pior como acontece por aqui.
O edifício funcionou como hotel por mais de 50 anos e é tombado pelo Patrimônio Histórico da Cidade de São Paulo.
Foram dois hotéis distintos nessa época, o nome deles era Hotel Central no número 284 da Avenida São João e Hotel Britania no número 300.
O antigo Hotel Central, que é aquele mais escuro a direita na primeira foto, foi comprado em 2008 por um empresário angolano que tinha um projeto – da Brasil Arquitetura, mesmo escritório que projetou a Praça das Artes, em frente – para transformar em um hotel “charmoso. Nesse meio tempo, à falta de investidores locais e problemas familiares foram atrasando o projeto até que o lugar foi invadido pelo “FLM” (um dos movimentos que lutam por moradia popular em SP). A reintegração de posse foi pedida, não é um processo rápido, os problemas familiares continuam, e o destino do prédio é incerto.
Já a outra parte do edifício, funcionou até 2005 como o Hotel Britania onde se hospedavam, especialmente, idosos e famílias de baixa renda.
No final de 2006, os donos obtiveram a permissão do Condephaat para mudar o interior do imóvel e transformar suas suítes em apartamentos residenciais, esse projeto foi realizado em 2007, foram gastos 1 milhão de reais e seus 26 novos apartamentos foram vendidos entre 50 e 100 mil reais cada, para famílias de baixa renda.
Este prédio continua habitado por seus novos donos, alguns dos quais hoje tentam se desfazer do “negócio” como prova um cartaz de “Vende” pendurado em uma das janelas do edifício.
O prédio tem ao todo 5 andares, incluindo o térreo (que está ocupado por lojas) e a mansarda. Foi projetado e construído em estilo francês barroco pelo Escritório Ramos de Azevedo entre 1915 e 1918.
Texto: Matteo Gavazzi
Fotos: Milena Leonel
