Descrição
Construído em concreto aparente, sua face voltada para a avenida Ana Costa é cega, ou seja, não há abertura. Já as faces laterais destacam-se, valorizando a obra de caráter público. De um lado, janelas com cobertura em arco, funcionando como quebra-sóis; já do outro, se observa grelhas de concreto que enquadram as aberturas, e o corpo de circulação vertical, que é deslocado do eixo do edifício, conferindo uma conformação assimétrica, ao contrário da fachada oposta.
Com esse recurso, os arquitetos conseguiram potencializar o poder de atração visual do edifício, tanto para quem se dirigia ao centro da cidade quanto às praias, principalmente durante as primeiras décadas, época em que o edifício era um dos mais altos daquela área. Sua monumentalidade era notada à distância. Mas esse poder de atração se tornou limitado com o passar dos anos, com a construção de outros edifícios vizinhos de maior gabarito.
É sabido que toda arquitetura é uma forma de discurso e a inauguração deste edifício é prova disso. Foi o primeiro grande projeto do departamento de engenharia da Prodesan. Fundada em 1965, a Progresso e Desenvolvimento de Santos S.A (Prodesan) foi idealizada pelo prefeito e engenheiro civil Silvio Fernandes Lopes. De acordo com o blog Memória Santista, tinha como missão “pensar a cidade” para o futuro, livre das amarras burocráticas tão peculiares do executivo. De economia mista, atua com a Prefeitura Municipal de Santos nas ações de desenvolvimento e progresso da cidade.
Na mesma década, a Prodesan entregou para a cidade outras importantes obras, tais como a Escola Avelino da Paz, no bairro da Vila Nova – Primeira obra da Prodesan (1968), o Edifício do Comércio, atual Acácio Paula de Leite Sampaio (1968) e a Estação Rodoviária (1969).
Referências:
Revista Acrópole, n° 374, p. 16-19, junho de 1970.
Revista Acrópole, nº344, p. 32-35, outubro de 1967.