Descrição
O bairro de Higienópolis é um museu a céu aberto de obras modernistas, dentre elas, estão mais de vinte edifícios de João Kon. O arquiteto influenciou bastante a tipologia dos apartamentos paulistanos, entre as décadas de 1960 e 1980. Entre as ruas General Jardim e Veridiana, está um dos mais emblemáticos edifícios de Kon, o Edifício Albatroz, de 1960.
A volumetria do projeto é composta por dois edifícios retangulares, que se dividem em nove pavimentos-tipo, térreo e subsolo. O térreo possui um salão de festas, um apartamento para o zelador e o acesso ao subsolo, onde está o estacionamento. Os pavimentos tipo contém dois apartamentos por bloco, o que totaliza trinta e seis unidades residenciais. Cada apartamento possui sala, terraço, três dormitórios, cozinha, dois banheiros e área de serviço.
Como em muitas obras do arquiteto, a fachada do Ed. Albatroz foi composta por painéis de venezianas de madeira com folhas contrapostas, essas folhas são movimentadas por um cabo de aço, o que proporciona um grande vão central entre elas, que permitia um controle eficaz da entrada de luz natural. Por isso, durante o ápice do modernismo paulistano, esse tipo caixilho era comumente utilizado e ficou conhecido como janela ideal, ou janela guilhotina. As salas dos apartamentos possuem aberturas do piso ao forro permitindo uma eficiente iluminação natural ao cômodo, há também uma sacada, protegida por um peitoril e, lateralmente, por um guarda corpo de aço.
Devido a sofisticada composição da fachada, e a eficiência funcional das unidades residenciais, o edifício Albatroz serve até hoje como inspiração para muitos arquitetos paulistanos e se tornou uma das mais cobiçadas obras arquitetônicas da cidade.
Texto: Diogenes Victor da Silveira Filho
Foto: Marcello Orsi
