Descrição
Conhecida por se situar ao nº 1 da antiga Rua do Carmo, atual Rua Roberto Simonsen, a Casa nº 1 é um sobrado de três andares construído onde antes existia uma casa de taipa de pilão.
Seu primeiro proprietário, segundo registros de 1689, foi Francisco Dias. Após sua morte, o imóvel foi vendido ao bandeirante Gaspar de Godoy Moreira, cujos filhos e descendentes fizeram uso da casa como moradia.
Em 1855 foi transformada no Colégio Ateneu Paulistano e, após a morte de seu último diretor, foi vendida ao Major Benedito Antônio da Silva, responsável pela construção em alvenaria, preservada até os dias de hoje.
A nova construção aproveitou, provavelmente, a antiga estrutura das fundações de taipa de pilão. Sobre ela ergueram novas paredes em alvenaria de tijolos. Outros materiais utilizados em sua construção como o pinho-de-riga nas esquadrias, e a telha tipo francesa na cobertura, tornaram-se comuns nas construções paulistanas desse período.
Em 1890 foi sede da Estação Central de Urbanos e da Sociedade de Imigração. Quatro anos mais tarde, o imóvel foi adquirido pelo Governo do Estado e passou a abrigar escritórios da Cia. de Gás até o ano de 1910. Em seguida, durante quatorze anos, a casa abrigou vários órgãos ligados à policia, como a Chefatura de Polícia, o Gabinete de Investigações e Capturas, o Gabinete Médico Legal e a Primeira Delegacia Auxiliar de Polícia. Até o ano de 1970, a casa foi propriedade da Polícia tendo passado, ao longo desse tempo, por várias reformas e reparos de urgência. Entre 1971 e 1974, já sob administração municipal, o imóvel foi utilizado por duas instituições culturais: o Instituto Genealógico Brasileiro e a Academia Paulista de Direito.
Em 1976, foi elaborado pelos técnicos do Departamento do Patrimônio Histórico, um projeto de restauro que incluiu a decapagem de sucessivas camadas de pintura e a prospecção da alvenaria e forros, que possibilitaram o levantamento de informações sobre as diversas remodelações do edifício, correspondentes às diferentes ocupações, e a descoberta de pinturas decorativas que foram recuperadas. Com a conclusão das obras de restauro, a Casa nº 1 foi inaugurada em julho de 1980, abrigando a sede do DPH e, posteriormente, o Gabinete da Secretaria Municipal de Cultura. Interditado para obras de emergência em 1985, que foram realizadas somente a partir de 1988, o prédio foi ocupado, em 1990, pela Divisão do Arquivo Histórico Municipal, que ali permaneceu durante dez anos.
Atualmente, a casa recebe exposições de fotografia e arte. Nos fundos possui um pátio bem agradável, silencioso e com árvores que dão uma sombra deliciosa. Vale conhecer!