Descrição
Localizado na Rua 7 de setembro entre a Avenida Senador Feijó e a Rua Brás Cubas, o Edifício da Escola Acácio, com estrutura em concreto armado, é representante da chamada Escola de Arquitetura Paulista, movimento que surgiu na Capital na década de 60.
O projeto, de 1963, é dos arquitetos Décio Tozzi e Luiz Carlos Ramos, e fazia parte de um programa de implantação de escolas na cidade na década de 1960. Os arquitetos buscaram oferecer aos santistas um equipamento que mudaria a paisagem e revitalizaria uma área que já começava a ganhar contornos de decadência.
Inaugurado em 1969, o edifício passou a abrigar a Escola de Comércio Acácio de Paula Leite Sampaio – batizada em homenagem a um ex-diretor do Conselho Regional de Contabilidade e auditor da Fazenda da Prefeitura de Santos, falecido em 1965 – era herdeira do Instituto Municipal do Comércio, entidade criada em 1948, voltada para a capacitação de jovens secundaristas – atual ensino médio – para o mercado emergente de trabalho, em especial para as atividades administrativas do setor portuário.
Do ponto de vista arquitetônico, o projeto rendeu inúmeros prêmios, dentre eles o melhor projeto na Bienal Internacional de Arquitetura em 1967. Sobre uma plataforma que se eleva a 1,5m acima do nível da rua, o corpo principal do edifício se eleva definido pela estrutura em pórticos de concreto, com salas tipo anfiteatro, atelier flexível de aulas práticas e cantina.
Os elementos de iluminação zenital (uma forma de aproveitamento da luz natural através de aberturas na cobertura de uma construção) é um dos maiores diferenciais do projeto, aspecto determinante para o seu enaltecimento por parte da comunidade internacional de arquitetura. Tozzi e Ramos utilizaram de preceitos físicos para fazer com que a luz natural penetrasse no alto da edificação e percorre os andares de baixo, refletindo nas paredes de concreto, até alcançar o plano de estudos dos laboratórios.
A unidade manteve cursos de ensinos médio e técnico, como magistério e contabilidade. Há quase três anos, após ter sido cedido pela Prefeitura de Santos à Câmara Municipal, o edifício segue vazio.
Tombado pelo Condepasa em 2016
Referências: memoriasantista.com.br/?p=5543