Residência Ana Silva Telles

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Descrição

Quem observa o palacete localizado na esquina da Rua Guaianases com a Alameda Nothmann, não imagina que aquela construção é na verdade o projeto de reforma de uma residência projetada por Ramos de Azevedo e executada entre 1912 e 1914, de autoria do Arquiteto Jacques Emile Paul Pilon, imigrante francês graduado pela École Nationale de Beaux Arts, um dos protagonistas na introdução de padrões modernos na arquitetura brasileira.

A primeira construção foi encomendada pelo Coronel Carlos da Silva Telles, para a sua filha Ana Silva Telles. Possuía porão alto, primeiro e segundo pavimentos. No primeiro pavimento havia dois grandes terraços cobertos voltados para as vias e sobre esses outros dois terraços que atendiam os dormitórios do segundo pavimento. O andar inferior era composto por salão, sala de jantar, sala de jantar para crianças, saleta, copa, cozinha e quarto da criada, e no andar superior haviam quatro dormitórios, toilette e banheiro.

Dr. Octaviano Alves de Lima, que casou-se com Ana, decide reformar a residência da família em 1942 e aumentar a sua área construída.

O primeiro projeto de reforma, aprovado mas não executado, foi solicitado ao Eng. Augusto de Arruda Botelho, que propôs poucas alterações nas fachadas principais, o aumento dos terraços e da área construída no sentido da fachada posterior.

Após a emissão do alvará de reforma foi solicitado à Jacques Pilon um novo projeto de reforma, para substituir aquele aprovado. A proposta por ele desenvolvida sugere a supressão total da ornamentação eclética e a inserção de elementos art decó nas fachadas, além do aumento da área construída para a criação de novos ambientes na direção das fachadas lateral direita e posterior. O projeto indica a construção no porão de depósito de malas, sala de jogos para as crianças, despensa e uma grande lavanderia. No andar inferior surgem uma grande sala de estar, toilette sob a escada, terraço coberto, jardim de inverno, sala de almoço para empregados e foram aumentadas a copa e a cozinha, e no superior são acrescentados outros três quartos, duas rouparias e dois banheiros, sendo um de uso comum e outro formando uma suíte com um dos quartos existentes.

Entre os anos de 1943 e 1946 o Escritório Técnico “Ramos de Azevedo”, Severo, Villares e Cia. Ltda. executa o projeto do Pilon, alterando somente algumas aberturas e esquadrias, tendo como engenheiro responsável o Sr. Eurico Bastos Guimarães.

Apesar da grande reforma alguns elementos arquitetônicos da construção original permaneceram preservados e são facilmente identificáveis ainda hoje, como o portão e o gradil externos, os gradis das esquadrias do porão, o piso de mármore da escada frontal, as molduras e sancas aplicadas sobre as paredes internas, o piso em mosaico do hall de entrada e o conjunto singular composto pela esplendorosa escada em mármore, com detalhes do guarda-corpo em ferro forjado e fundido, e pelo magnífico vitral colorido, de autoria desconhecida.

 

Texto: Vanessa Kraml

Fotos: Carolina Mossin

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