Descrição
Ortogonalidade arquitetônica e dinamismo paisagístico
Qualquer monotonia visual desaparece para quem caminha pela Alameda Lorena, no quarteirão entre a Rua da Consolação e a Rua Bela Cintra. Construído em 1970 por Miguel Juliano, e com Jardins de Burle Marx, o Edifício Promenade possui fachada dinâmica, com um engenhoso sistema de janelas articuladas.
Este elemento domina o visual do conjunto, através de uma elegante simplicidade horizontal, constituindo um brilhante jogo de planos, que também protegem os ambientes da incidência solar direta. Atrás destas estruturas eficientes em estética e funcionalidade, existe um pano de vidro, que atravessa totalmente a fachada em faixas longitudinais ininterruptas.
A presença abundante de aberturas assegura circulação de ar constante aos apartamentos, e a sucessão de janelas e peitoris na fachada suavizam a verticalidade do prédio, com dezesseis andares.
O caráter tipicamente industrial das paredes externas padronizadas é resultado da moldura regular dos caixilhos metálicos e da alternância entre cheios e vazios.
A ortogonalidade da obra contrasta com as linhas sinuosas do paisagismo, presentes no desenho das floreiras, que se encaixam no traçado do piso em mosaico português.
A entrada, elevada em relação ao passeio, revela a perfeita sintonia entre arquiteto e paisagista, através dos degraus ortogonais e desalinhados, intercalados a pequenos canteiros.
A planta possui uma ampla sala de estar que percorre toda a fachada frontal, com doze metros de largura. O setor de serviços está posicionado à esquerda do prédio e os dormitórios, alinhados na fachada posterior.
A circulação vertical do edifício está localizada ao redor de um eixo central, que abriga escada, o hall social e de serviço.
O Edifício Promenade possui apenas um apartamento por andar, com 163m² de área útil, três dormitórios e uma vaga.
Texto: Marina Miraldo
Fotografia: Marcello Orsi
