Não são apenas fotos
VoltarCaminhar comigo pode ser algo irritante. Sempre paro para muitas fotos.
Sou o tipo de pessoa que vê beleza nos lugares mais inusitados e costumo registrar com meu celular. Minha conta no Instagram é aberta justamente por isso. São pontos, por muitas vezes, pouco conhecidos ou esquecidos, que prefiro eternizá-los antes que desapareçam.
Em fins de semana de Jornada do Patrimônio, evento promovido pela Prefeitura de São Paulo que visa aproximar o público de patrimônios históricos e culturais, já fui “acusado” de overposting nas redes.
Porém, às vezes, mesmo sem saber, tocamos as pessoas.
Nas minhas andanças pelo bairro da Santa Cecília, registrei um prédio um tanto quanto sem graça na Rua Jaguaribe. A construção quase não é notada por conta da movimentação da rua, mas ainda sim tem seu charme para alguns olhares. Minha surpresa aconteceu quando, dias depois, recebi o comentário de uma senhora. Ela dizia estar emocionada e relatou o motivo; foi da sacada daquele prédio que ela viria conhecer e namorar seu futuro marido nos anos 1960.
Em outro clique, desta vez da antiga loja de departamento Clipper – hoje uma universidade – soube que ali, uma outra senhora passava suas horas de almoço se divertindo com as promoções. Outro relato foi de uma antiga colega de trabalho que, vinda do interior, reconheceu sua primeira morada ao chegar em São Paulo e lembrou do início da sua jornada na selva de pedra.
Pra mim, tudo isso foi um incentivo para continuar com minhas postagens. Nem todo mundo vai curtir ou comentar, mas com certeza vou alcançar quem tenho que alcançar.
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