1951 – ESTRELA DO ROCK DA ARQUITETURA! 

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por Elis Macedo

Como facilitar a compreensão de um programa complexo?
Como desvendar edifícios que se erguem como testemunhas do tempo?

Foi essa a bomba que o Matteo, fundador da Refúgios Urbanos, deixou no meu colo para desarmar rs Entusiasmada com o projeto, mergulhei logo de cabeça e fui entender porquê o Copan é o Copan.  

De cara fiz o primeiro contato com a Fernanda Prada, corretora da Refúgios e moradora do Copan, para que dessemos start nessa viagem maluca com destino em “desvendar um gigante”.  

Logo no início, entendi que uma simples abordagem gráfica não seria suficiente para capturar a brincadeira toda, precisava de algo mais, algo que trouxesse a alma do edifício para o papel. Foi então que o Matteo me conectou com a Marília Navickaitė, uma ilustradora talentosa que sabia como dar vida às ideias mais complexas. 

Daí pra frente fomos juntas com a mão na massa, desbloqueando fase a fase de produção do projeto.

O Copan, como um bom e velho paulistano, se revelou aos poucos e enquanto isso acontecia, eu e a Marília, a cada visita, íamos nos perdendo nos detalhes e complexidade do edifício. A planta atual foi bastante modificada do projeto original e isso nos deixou de cabelo em pé. 

O enigma mais legal de desvendar foi a cobertura, uma das maiores surpresas! Do topo do prédio, um horizonte de contemplação imenso se entende em uma grandiosidade absurda.

São 136 passos de ponta a ponta.

Hoje, enquanto observo os velhos posters que celebram o Copan, sou levada de volta ao tempo em que a obra foi erguida. Naquela época, o Copan não era muito atraente, mas logo mostrou para que veio, se tornando um ícone da cidade. 

No térreo, o aroma do café quente do Café Floresta preenche as manhãs convidando a todos a iniciarem suas manhãs com um botão “power”. 

A tarde, em frente a sorveteria Tu!, a fila revela que ali temos o melhor gelato da rua. 

A noite, o restaurante Dona Onça se torna palco de muitos encontros badalados. 

Em todos os horários, as galerias do térreo são como veias pulsantes de uma cidade a pé, com um fluxo médio de 5 mil pessoas por dia, cada um com sua própria jornada e história. As prateleiras da Megafauna servem como um convite a um refúgio urbano para amantes da literatura, talvez, um santuário para autores locais?!

Agora, imaginemos por um momento, como seria a vida no Centro sem “ele”? 

Se o Copan fosse construído hoje, continuaria como marco arquitetônico?
Talvez os espaços de interação trariam mais áreas verdes, espaços coletivos suspensos?

Como você faria?

Imagino que o café, os restaurantes, a sorveteria, a livraria e a galeria de arte ainda estariam lá, talvez houvesse uma ênfase maior na sustentabilidade e na promoção de locais.  

O Copan sempre foi mais do que uma estrutura de concreto. E, se ele fosse construído hoje, reforçaria ainda mais que as cidades são feitas de pessoas, histórias e encontros. 

Finalmente, o projeto do pôster estava pronto e indo embora com as pessoas que compareceram ao evento que a Refúgios Urbanos preparou na sobreloja do edifício, em setembro/23.

Lotamos o terraço do Copan para inspirar gerações a apreciar a arquitetura e a história de São Paulo!! 

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