Ter um sócio ou não ter um sócio?

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por Matteo Gavazzi

Eis a Questão!

Por muito tempo a minha resposta a essa pergunta foi “NÃO!”, com letras capitais e ponto exclamativo. Mesmo!

Acontece que a gente leva tanta rasteira nessa vida que fazer uma sociedade vira algo mais apavorante do que casar.
Verdade seja dita, o que mais pega é que as pessoas escolhem se associar dando maior peso as afinidades pessoais do que as profissionais.
Aí começa o grande erro, e como tudo que nasce torto não morre quadrado, o resto é consequência.

Nunca, never, se associe por amizade.
Amizade é bom, mas você deve procurar em um sócio aquelas qualidades que são úteis ao negócio e que você sozinho não consegue somar.
É essa a lógica. Você pode, e deve, se dar bem com o seu sócio/a, mas os acordos e as funções de cada um são bem mais importantes do que as gargalhadas que darão juntos. Se elas virão, é lucro.

Exatamente há um ano, convidei o Octavio para ser meu sócio na Refúgios Urbanos.
O convite foi feito sobre o seu mérito, acredito que ele vista a camisa tanto quanto eu e por isso mereça também ser proprietário, sobre o fato de que preciso dele para uma Refúgios melhor do que eu poderia fazer sozinho.

Iniciamos juntos um processo braço a braço de criação do modelo de sociedade que queríamos entre nós, e da Refúgios que queremos juntos para o futuro. Não foi TOP-DOWN por eu ser acionista majoritário. Foi olho no olho, com clareza e transparência reciproca em todas as partes do processo.
Contratamos um escritório de advocacia e começamos a jornada.
Houveram assuntos chatos para serem tratados, como resolver uma quebra da sociedade, como nos comportaríamos em caso de falecimento do outro, se cônjuges poderiam ou não entrar em sociedade.
E por aí vai…São 25 páginas de contrato.

Porem pense comigo, esses assuntos precisam ser resolvidos quando os futuros sócios têm todo o entusiasmo e vontade do mundo de fazer a coisa acontecer juntos. Não depois quando, eventualmente, já deu merda.

O grande problema é que os empreendedores se juntam sem contratos, sem estabelecer o que querem da relação de trabalho e depois na hora do “vamos ver” os desentendimentos rolam soltos por não estarem firmados no papel.

Pode até não existir má fé e realmente cada parte ter uma visão errada da forma como iria funcionar a sociedade. Mas já é tarde demais para haver um acordo.

O acordo precisa ser feito antes. A sociedade pode ser longa ou curta, mas a tranquilidade dos sócios estará garantida e firmada, literalmente, no papel.

E olha que o Octavio, foi o sócio que eu pedi para a vida. e mesmo assim foi esclarecedor e fundamental passarmos por todo esse processo!

 

Foto: Gaia Passarelli

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sobre o autor

Matteo GavazziSócio-Fundador

Nascido em Roma, Itália, onde viveu até seus 20 anos, mudou-se para São Paulo em 2010, fazendo o mesmo caminho e trazendo os mesmos sonhos de Giuseppe Martinelli, um de seus maiores inspiradores. ...

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