Coleção Memórias Urbanas

A coleção memórias urbanas é uma iniciativa da Refúgios Urbanos que procura promover o estudos de 3 arquitetos sobre a cidade. O primeiro ensaio a ser lançado foi o livro “Pedra Fingida – O protagonista invisível do centro de São Paulo” da arquiteta especialista em restauro e conservação Fernanda Craveiro Cunha.

A arquiteta defendeu em outubro de 2016, no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), uma dissertação de mestrado que se tornou livro e foi lançado no dia 4 de novembro Museu da Casa Brasileira (MCB). O livro ‘Pedra fingida: Protagonista invisível do Centro de São Paulo’ começou a ser produzido em 2012, quando a autora trabalhou na atualização do Inventário de Bens Protegidos do Centro de São Paulo. Durante o desenvolvimento da atividade, Fernanda ficou impressionada com a quantidade de ícones arquitetônicos que ostentavam nas fachadas, especialmente um revestimento que imitava pedra, popularmente conhecido entre os arquitetos por ‘massa raspada’.

“A pesquisa, que deveria ser estritamente técnica, acabou se desdobrando em uma peça importante desse imenso quebra cabeças do processo de transformação a que o centro de São Paulo passou na primeira metade do século XX, imprimindo ao texto, primeiro da minha dissertação, um caráter fortemente histórico”, comenta a arquiteta.

A publicação de ‘Pedra fingida’ marca também o lançamento da Coleção Memórias Urbanas, uma parceria entre a imobiliária Refúgios Urbanos e a editora independente GAPS, que trará uma série de livros sobre a história da capital paulista, por meio de bastidores e peculiaridades normalmente esquecidos.

 

Resumo da publicação

Desenvolvida na Europa a partir do advento do Cimento Portland no final do século XIX, a pedra fingida – argamassa cimentícia decorativa que imita revestimentos pétreos, também conhecida como massa raspada – foi trazida ao Brasil no início do século XX e se popularizou em São Paulo entre os anos de 1920 e 1940, no auge do processo de verticalização da capital paulistana. De caráter decorativo e artesanal, foi adotada em diversas linhas estilísticas, sobretudo na de viés Art-Déco, mas caiu em desuso em função da sua alta complexidade – tanto de aplicação quanto de manutenção – especialmente quando comparada aos novos revestimentos inseridos no mercado da construção civil a partir dos anos 1940. O livro Pedra fingida: Protagonista invisível do Centro de São Paulo aborda os aspectos históricos e técnicos deste revestimento, baseando-se na dissertação de mestrado “Revestimento de Pedra fingida: Protagonista invisível do Centro de São Paulo”, defendida em outubro de 2016 no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), sob a orientação da Profª. Drª. Mirian Cruxên Barros de Oliveira.

 

Sobre Fernanda Craveiro Cunha

Formada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (FAU USP, 2006), é especialista em Conservação Preventiva pelo Instituto del Patrimonio Histórico Español de Madrid (IPHE, atual IPCE, 2007), pós- graduada em Gestão de Obras de Restauro pelo Centro de Estudos Avançados da Conservação Integrada (CECI/UFPE, 2009) e Mestre em Habitação com ênfase em Tecnologia de Construção de Edifícios pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT, 2016). Iniciou sua atuação na área de preservação do patrimônio edificado em 2004, tendo participado do desenvolvimento do Plano Diretor de Madrid pela empresa Mecsa, de obras de conservação e restauração de pinturas murais pelas empresas Croma Restauro e MRizzo Restauração, de desenvolvimento de projetos executivos pelo escritório Piratininga Arquitetos e de acompanhamento de obras de conservação e restauração de edifícios pelo Estúdio Sarasá. Integra a equipe do escritório MLD Arquitetura e Restauro desde 2008, de onde atualmente é sócia e coordenadora da área de Levantamentos, Diagnósticos e Tratamentos. Recentemente tornou-se professora convidada do Curso de Pós Graduação de Gestão de Obras de Restauro pelo Centro de Estudos Avançados da Conservação Integrada (CECI).

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